segunda-feira, 14 de setembro de 2009

RELATÓRIO TEMA LIVRE – “O hipertexto como um novo espaço da escrita em sala de aula” MARCURCHI
Data: 12/09/2009


Quando falamos de letramento na TP4, sentimos que nós professores, também deveríamos passar por um processo de “letramento” em relação às novas tecnologias. Muitos professores cursistas tinham pouco ou nenhuma familiaridade com computador, internet, vídeo (fazer vídeo), etc.
Sabendo que o computador mudou o nosso modo de pensar, ler e escrever, houve uma demanda em relação ao hipertexto.
Tendo como suporte teórico o texto de Marcuschi, acima citado, fizemos uma reflexão a respeito do futuro. A tecnologia e o hipertexto com suas múltiplas entradas desafiam a nossa inteligência e criatividade. Devemos estar aptos para fazermos não só leitura verbal, mas também visual, leitura não-linear que subverte a noção tradicional de texto. Devemos estar conscientes que a construção do conhecimento a partir do computador é feita de forma social e não mais solitária.
Alguns cursistas assustaram com a desconstrução destes conceitos: não-linearidade; realidade virtual como espaço aberto, sem fronteiras; leituras simultâneas.
O lado triste da questão é que muitas escolas ainda não poderão abordar este tema de forma direta, uma vez que nem todas tem aula de computação disponível para todos os alunos. Algumas não tem computador disponível para os alunos.
O tema foi lançado porque é impossível ignorá-lo, mesmo porque o hipertexto não se restringe à internet, ele é qualquer texto que se dá de forma fragmentária, que valoriza a nossa capacidade de relacionar e associar fatos, que pode ser adquirido, em livros, bens de consumo, propaganda ou até mesmo na internet.
Pena que com assunto tão importante o número de cursistas estava reduzido. Mesmo assim o debate foi caloroso, tive de interferir várias vezes devido às conversas paralelas e os diversos exemplos que surgiram.
Como o hipertexto exige um maior grau de conhecimento prévio e permite o tratamento em diversos graus de profundidade, ficou a preocupação em relação ao letramento. Devemos agir rápido antes que os alunos que não têm fluência na leitura e escrita sistematizadas fiquem cada vez mais “abandonados”.



RELATÓRIO DA TP4 Estrutura do texto e produção textual
Data: 15/08/2009


Este encontro foi tumultuado, uma semana após o recesso devido à gripe H1N1. No semestre anterior, devido às provas bimestrais nem todos deram conta de fazer o “aplicando na prática” da página 31 em que os alunos deveriam colher informações sobre ambiente letrado. Alguns cursistas deixaram a atividade para ser aplicada em agosto e não foi possível, devido ao recesso. Os que não conseguiram se comprometeram a aplicar na terceira semana de agosto. Os que conseguiram tiveram um bom retorno. Nesta atividade os cursistas demonstraram uma grande criatividade. A professora Cesária da Vila do Morro catou papéis na rua, dentre eles de bala com mensagens. Esta professora relacionou a atividade de rua, lendo propaganda, letreiro das ruas, de igreja e pedaços de papéis abandonados com meio ambiente. Fizeram uma limpeza no Povoado do Morro.
Utilizando os textos da TP4, salientamos a relação entre leitura e escrita, além de fazermos referência ao terceira parte do livro de Marcuschi “Processos de compreensão” in: Produção textual análise de gêneros e compreensão. Abordamos o sentido inferencial e literal, também a leitura e compreensão como trabalho social e não atividade individual. Desenvolvemos este assunto, pegando o gancho das reflexões do encontro anterior: Leitura e Escrita. Quem vive em ambiente letrado tem maiores possibilidades de desenvolver a escrita e a leitura do que quem vive pouco exposto à leitura e a escrita. Sabemos que as pessoas da zona rural preservam os “causos”, lendas e quadrinhas que deve e podem ser valorizados e servem também como um gancho para chegar aos contos literários, à poesia e ao romance. Sem esquecer que devemos aguçar no aluno o desenvolvimento do espírito crítico, se possível fazendo uma conexão entre a vivência de sua comunidade e a literatura no sentido mais amplo.
Os professores cursistas, na aula prática, à tarde, fizeram quadrinhas muito sugestivas e criativas.
Devemos preservar os registros da comunidade também como uma forma de respeitar o aluno e a sua vivência. Vimos a importância das práticas orais e de leitura. É importante respeitar a criatividade do aluno e o seu tema, por outro lado não podemos nos esquecer que este aluno deve familiarizar com a linguagem formal, praticando a oralidade e a escrita cada vez mais.



RELATÓRIO DA TP4 Leitura e Escrita (LETRAMENTO)
Data: 04/07/2009

Este encontro foi muito movimentado, os professores chegaram cheios de dúvidas, queriam saber a respeito do portifólio e pediram esclarecimento do memorial. Também foram lidos alguns relatórios, dois especialmente bem feitos como das professoras Aldeir e Cesária da E.E. Elpídio Fonseca, os alunos do Povoado do Morro, se entusiasmaram com as atividades do Avançando na Prática do TP3. Os outros professores discorreram sobre o impacto do projeto nas escolas, o que, pelo visto, está sendo bem aceito. Como estamos numa área com poucos recursos e há escolas que não tem xérox, as professoras queixam muito de dificuldades de reprodução do material. De forma geral as supervisoras estão apoiando e fazem todo o esforço para que as atividades sejam aplicadas adequadamente.
Depois dos relatos passamos para uma reflexão através de um texto de Rubem Alves: “Como ensinar o prazer de ler”. Depois da leitura falamos a respeito da leitura feita com prazer e sem prazer. Como tornar a leitura uma prazer e não uma obrigação dolorosa?
Em seguida, lemos e discutimos um artigo de Magda Soares que trata de letramento e alfabetização, publicado no Diário do Grande ABC, em agosto de 2003.
A preocupação de todos com a leitura é grande. Os professores
afirmam que o maior entrave da área de português é a leitura. Alguns alunos chegam à 5ª série semi-alfabetizados. Outros ainda avançam para as séries subseqüentes ainda defasados na leitura.
Depois deste momento passamos para os capítulos 13 e 14 da TP4. Identificamos que os alunos mais comprometidos socialmente, que vivem num ambiente menos letrado precisam ser despertados para a leitura. Para que eles se interessem temos que procurar textos mais adequados com a sua realidade. Não é fácil lidar com leitura sabendo que o ambiente de casa não há nenhum outro livro que os escolares. Neste caso, a criança e o adolescente não ficam expostos ao ambiente de leitura.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

REFLEXÃO


O 2º Encontro de professores-formadores do Gestar em Belo Horizonte foi importante como troca de informações e aprofundamento das relações interpessoais. Pelos relatos, vimos que o Gestar esta mudando a prática do ensino de português.
Agora sei que a UNB pensou grande a respeito do ensino da nossa língua e literatura. Não basta diagnosticar, fazer pesquisa se o resultado não chega na ponta. Este projeto nos mostra que há um grupo que sabe o que é "ensinar". Mais que conhecimento é preciso ouvir as vozes, ainda que fracas do "grande sertão" que é o Brasil.
Falo dos professores isolados, perdidos, desanimados, sem recursos, das pequenas cidades, dos povoados, da zona rural, com um mimiógrafo capenga, que querem ensinar crianças "felizes", sorridentes, com bocas sujas de fruta madura, que sobem em árvores, mas não acreditam que podem mudar a sua realidade. A "bolsa-família" garante a frequência, a merenda escolar o alimento, ainda que precário, mas biblioteca, livro não atrai.
A melhor aula é sempre a de Educação Física, livro é sofrimento, carteira é prisão, escola é um ponto de encontro importante para fazer amigos e basta. O conhecimeto vem a reboque dos fatos.
A leitura é oscilante, repetida aos tropeços, numa fala gaguejante de quem ainda não consegue apreender sentido. Ultrapassar o MURO, a parede que impede uma visão mais ampla exige energia, coragem e apoio. Diante desta situação, não sei quem mais precisa de ajuda, se o aluno ou o professor, muitas vezes mal formado e refém, de uma situação social e econômica quase tão precária quanto a de seu aluno.
Este projeto Gestar não impõe, ajuda a construir, aponta, enriquece, acompanha, experimenta, incentiva a pesquisa. Quer chegar onde outros não conseguiram, não por pretender "chegar longe", mas por saber "chegar com".

Adalgisa Botelho de Mendonça



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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tp3Tp4
Oficinas
data: 20/06/2009
Professora Formadora: Adalgisa Botelho de Mendonça
Relatório da Oficina
TP3 e TP4

Os professores cursistas chegaram muito entusiasmadas com os resultados dos "Avançando na prática", os alunos gostaram das atividades "diferentes". Estes professores elogiaram as atividades propostas nas Tps. Pelos relatos, ví que tanto os professores cursistas estão aprendendo quanto os alunos. O entusiasmo é geral e como alguns inscritos desistiram, no momento de inscreverem outros foi difícil selecionar porque muitos queriam participar e só havia 30 vagas. A repercursão do curso na cidade foi quase imediata, o meu telefone continua tocando sem parar, mas não há mais como inscrever ninguém. Notei que havia na cidade uma demanda represada, uma necessidade grande de reciclagem, de "experimentar", portanto as oficinas estão cada dia mais criativas.
Professoras que antes não se interessavam ou não tinham acesso ao computador resolveram aprender e criaram blog (pelo visto todas estão criando Blog, não terei pastas para corrigir). e o que é melhor, algumas até compraram computador e estão fazendo as suas atividades em casa, tanto para o Gestar II como para as outras turmas.
No último encontro a turma estava mais solta, interferiu mais na aula, participou ativamente.
O assunto foi letramento e após a minha exposição teórica aconteceu uma discussão a respeito da nossa aquisição de elementos para aumentar a nossa capacidade de ler o mundo e nos tornarmos leitores críticos.
Diferenciamos letramento de alfabetização, tentamos definir letramento ao mesmo tempo relacionar com a cultura, principalmente local. Discorremos a respeito do eurocentrismo e do multiculturalismo, baseamos a nossa fala em textos do livro Multiculturalismo: mil e uma faces da escola de Azoilda Loretto da Traindade e Rafael dos Santos (orgs). Falamos do comprometimento do professor, da importância do seu preparo para que ele possa permitir e desenvolver no aluno habilidade, para se tornar um leitor "consciente" do mundo.
Fizemos a nossa oficina com atividades que ampliam a nossa leitura de mundo, seja através de charges, quadrinhos, relação linguagem verbal/linguagem visual, inferências, etc. Cada grupo após ler o texto de Marina Colasanti, "A moça tecelã", elaborou um gênero diferente para apresentação em sala.
Noto que, nestes poucos encontros, os professores estão buscamdo mais, sentem mais entusiasmados com a sala de aula e que o Gestar II deu uma "arejada" na prática. Vemos como positiva a nossa interferência. Agora eu não tenho sossego, tem professor querendo plantão até no domingo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

RELATÓRIO GESTAR II

RELATÓRIO GESTAR II


1ª e 2ª oficinas em São Francisco MG
Data: 30/05/2009
Horário: 09 às 12h e de 13 às 18h

Inicialmente, a SRE de Januária convocou uma reunião com todos os Professores Formadores da superintendência, que aconteceu no dia 22 de maio, com a finalidade de decidir a respeito do encontro do dia 30. Infelizmente nós nos deparamos com inúmeros entraves, principalmente no que se refere a material de apoio (papel manilha, papel ofício, pincel atômico, canetas, lápis, etc.).
O número de professores cursistas é muito superior ao de vagas. A SRE fez uma seleção dos participantes, 20% não compareceram. Com o apoio da SRE substitui os professores que desistiram. A demanda é muito maior que o número de vagas e o meu telefone não para.
A abertura do Gestar II foi feita na E.E. Brasiliano Braz e aconteceu no dia 30 de maio. Nesta ocasião foi apresentada a ementa, o material e o cronograma dos próximos encontros. A inspetora Ana Flávia representou a SRE falou a respeito do papel do Estado neste curso e da sua importância para a melhoria da qualidade do ensino.
Eu fiz comentários a respeito do Guia Geral e passei os slides de gêneros textuais, acrescentei textos de Marcuschi retirados do livro Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Para relaxar analisamos a música Drão de Gilberto Gil.
Às 13 horas retornamos para fazermos as oficinas. Notei que alguns cursistas tinham dúvidas a sobre os gêneros textuais, de forma geral os cursistas participaram e aproveitaram bem da dinâmica. Fiz esclarecimentos a respeito da intertextualidade e intergêneros e da heterogeneidade tipológica.
Expliquei a metodologia que havia sido escolhida para esta oficina e instrui a respeito do tema de cada grupo, todos ficaram concentrados e interressados. A apresentação de cada grupo foi devidamente registrada em fotos. Logo após as apresentações, fiz alguns comentários e abri espaço para os que quisessem opinar.
Para complementar, os professores ficaram de estudar em casa as unidades 9 e 10.
Combinamos que os cursitas aplicarão avançando na prática das unidades 9 e 10. Classificamos o momento como muito proveitoso e até mesmo divertido.



MEMORIAL


Sou formada em História (1981) e Geografia (1983) pela PUC-MG e Letras (1993) pela UFMG. Antes de concluir Geografia já tinha feito pós-graduação latu sensu em Sociologia (1982). Logo comecei a lecionar em Belo Horizonte, sempre em escola pública, uma vez que não me adaptei a colégio particular. Como sempre gostei de escrever, de literatura e principalmente de estudar resolvi fazer Letras só por prazer. Nunca pensei dar aulas de português, gosto muito de geopolítica, gráficos e mapas.
Para voltar ao ambiente da faculdade resolvi fazer mestrado em Estudos Literários (área de concentração Teoria da Literatura), como quase todo mestrando penei com a minha dissertação “A visualidade em A Confissão de Lúcio de Mário de Sá Carneiro”. A relação imagem palavra me atrai muito.
Continuo com o meu cargo de Geografia em escola pública. Depois de mais de 20 anos lecionando Geografia em Belo Horizonte, retornei a zona rural (Povoado do Retiro) da minha cidade. Aqui, senti um grande choque com a pobreza e falta de infra-estrutura.
Leciono Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Sociologia na UNIPAC de São Francisco, é divertida a minha relação com os alunos e me preocupo com a falta de base.
Como não podia anexar o meu mestrado em Letras ao cargo de Geografia, pedi uma ampliação de titulação. Hoje, graças a esta ampliação, também posso dar aulas de Português. Estou perplexa com a dificuldade de leitura e escrita dos meus alunos. Faço o que posso, às vezes, até o que não posso. Mas esta já é outra história...

terça-feira, 7 de abril de 2009

MEMORIAL

Sou formada em História (1981) e Geografia (1981) pela PUC-MG e Letras (1993) pela UFMG. antes de concluir Geografia já tinha feito pós-graduação latu sensu em sociologia (1982). Logo comecei a lecionar em Belo Horizonte, sempre em escola pública, uma vez que não me adaptei em colégio particular. Como sempre gostei de escrever, de literatura e principalmente de estudar resolvi fazer Letras só por prazer. Nunca pensei em dar aulas de português, gosto muito de geopolítica, gráficos e mapas.

Para voltar ao ambiente da faculdade resolvi fazer mestrado em Estudos Literários (área de concentração Teoria da Literatura), como quase todo mestrando penei com a minha dissertação "A visualidade em A confissão de Lúcio de Mário de Sá Carneiro". a relação imagem palavra me atrai muito.

Continuo com meu cargo de Geografia em escola pública. Depois de mais de 20 anos lecionando Geografia em Belo Horizonte, retornei a zona rural (Povoado do Retiro) da minha cidade. Aqui, senti grande choque com a pobreza e falta de infra-estrutura.

Leciono Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Sociologia na UNIPAC de São Francisco, é divertida a minha relação com os alunos e me preocupoi com a falta de base.

Como não podia anexar o meu mestrado em Letras ao cargo de Geografia, pedi uma ampliação de titulação. Hoje, graças a esta ampliação, também posso dar aulas de Português. Estou plerplexa com a dificuldade de leitura e escrita dos meus alunos. Faço o que posso , às vezes o que não posso. Mas esta já é outra história...