RELATÓRIO TEMA LIVRE – “O hipertexto como um novo espaço da escrita em sala de aula” MARCURCHI
Data: 12/09/2009
Quando falamos de letramento na TP4, sentimos que nós professores, também deveríamos passar por um processo de “letramento” em relação às novas tecnologias. Muitos professores cursistas tinham pouco ou nenhuma familiaridade com computador, internet, vídeo (fazer vídeo), etc.
Sabendo que o computador mudou o nosso modo de pensar, ler e escrever, houve uma demanda em relação ao hipertexto.
Tendo como suporte teórico o texto de Marcuschi, acima citado, fizemos uma reflexão a respeito do futuro. A tecnologia e o hipertexto com suas múltiplas entradas desafiam a nossa inteligência e criatividade. Devemos estar aptos para fazermos não só leitura verbal, mas também visual, leitura não-linear que subverte a noção tradicional de texto. Devemos estar conscientes que a construção do conhecimento a partir do computador é feita de forma social e não mais solitária.
Alguns cursistas assustaram com a desconstrução destes conceitos: não-linearidade; realidade virtual como espaço aberto, sem fronteiras; leituras simultâneas.
O lado triste da questão é que muitas escolas ainda não poderão abordar este tema de forma direta, uma vez que nem todas tem aula de computação disponível para todos os alunos. Algumas não tem computador disponível para os alunos.
O tema foi lançado porque é impossível ignorá-lo, mesmo porque o hipertexto não se restringe à internet, ele é qualquer texto que se dá de forma fragmentária, que valoriza a nossa capacidade de relacionar e associar fatos, que pode ser adquirido, em livros, bens de consumo, propaganda ou até mesmo na internet.
Pena que com assunto tão importante o número de cursistas estava reduzido. Mesmo assim o debate foi caloroso, tive de interferir várias vezes devido às conversas paralelas e os diversos exemplos que surgiram.
Como o hipertexto exige um maior grau de conhecimento prévio e permite o tratamento em diversos graus de profundidade, ficou a preocupação em relação ao letramento. Devemos agir rápido antes que os alunos que não têm fluência na leitura e escrita sistematizadas fiquem cada vez mais “abandonados”.
RELATÓRIO DA TP4 Estrutura do texto e produção textual
Data: 15/08/2009
Este encontro foi tumultuado, uma semana após o recesso devido à gripe H1N1. No semestre anterior, devido às provas bimestrais nem todos deram conta de fazer o “aplicando na prática” da página 31 em que os alunos deveriam colher informações sobre ambiente letrado. Alguns cursistas deixaram a atividade para ser aplicada em agosto e não foi possível, devido ao recesso. Os que não conseguiram se comprometeram a aplicar na terceira semana de agosto. Os que conseguiram tiveram um bom retorno. Nesta atividade os cursistas demonstraram uma grande criatividade. A professora Cesária da Vila do Morro catou papéis na rua, dentre eles de bala com mensagens. Esta professora relacionou a atividade de rua, lendo propaganda, letreiro das ruas, de igreja e pedaços de papéis abandonados com meio ambiente. Fizeram uma limpeza no Povoado do Morro.
Utilizando os textos da TP4, salientamos a relação entre leitura e escrita, além de fazermos referência ao terceira parte do livro de Marcuschi “Processos de compreensão” in: Produção textual análise de gêneros e compreensão. Abordamos o sentido inferencial e literal, também a leitura e compreensão como trabalho social e não atividade individual. Desenvolvemos este assunto, pegando o gancho das reflexões do encontro anterior: Leitura e Escrita. Quem vive em ambiente letrado tem maiores possibilidades de desenvolver a escrita e a leitura do que quem vive pouco exposto à leitura e a escrita. Sabemos que as pessoas da zona rural preservam os “causos”, lendas e quadrinhas que deve e podem ser valorizados e servem também como um gancho para chegar aos contos literários, à poesia e ao romance. Sem esquecer que devemos aguçar no aluno o desenvolvimento do espírito crítico, se possível fazendo uma conexão entre a vivência de sua comunidade e a literatura no sentido mais amplo.
Os professores cursistas, na aula prática, à tarde, fizeram quadrinhas muito sugestivas e criativas.
Devemos preservar os registros da comunidade também como uma forma de respeitar o aluno e a sua vivência. Vimos a importância das práticas orais e de leitura. É importante respeitar a criatividade do aluno e o seu tema, por outro lado não podemos nos esquecer que este aluno deve familiarizar com a linguagem formal, praticando a oralidade e a escrita cada vez mais.
RELATÓRIO DA TP4 Leitura e Escrita (LETRAMENTO)
Data: 04/07/2009
Este encontro foi muito movimentado, os professores chegaram cheios de dúvidas, queriam saber a respeito do portifólio e pediram esclarecimento do memorial. Também foram lidos alguns relatórios, dois especialmente bem feitos como das professoras Aldeir e Cesária da E.E. Elpídio Fonseca, os alunos do Povoado do Morro, se entusiasmaram com as atividades do Avançando na Prática do TP3. Os outros professores discorreram sobre o impacto do projeto nas escolas, o que, pelo visto, está sendo bem aceito. Como estamos numa área com poucos recursos e há escolas que não tem xérox, as professoras queixam muito de dificuldades de reprodução do material. De forma geral as supervisoras estão apoiando e fazem todo o esforço para que as atividades sejam aplicadas adequadamente.
Depois dos relatos passamos para uma reflexão através de um texto de Rubem Alves: “Como ensinar o prazer de ler”. Depois da leitura falamos a respeito da leitura feita com prazer e sem prazer. Como tornar a leitura uma prazer e não uma obrigação dolorosa?
Em seguida, lemos e discutimos um artigo de Magda Soares que trata de letramento e alfabetização, publicado no Diário do Grande ABC, em agosto de 2003.
A preocupação de todos com a leitura é grande. Os professores
afirmam que o maior entrave da área de português é a leitura. Alguns alunos chegam à 5ª série semi-alfabetizados. Outros ainda avançam para as séries subseqüentes ainda defasados na leitura.
Depois deste momento passamos para os capítulos 13 e 14 da TP4. Identificamos que os alunos mais comprometidos socialmente, que vivem num ambiente menos letrado precisam ser despertados para a leitura. Para que eles se interessem temos que procurar textos mais adequados com a sua realidade. Não é fácil lidar com leitura sabendo que o ambiente de casa não há nenhum outro livro que os escolares. Neste caso, a criança e o adolescente não ficam expostos ao ambiente de leitura.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
REFLEXÃO
O 2º Encontro de professores-formadores do Gestar em Belo Horizonte foi importante como troca de informações e aprofundamento das relações interpessoais. Pelos relatos, vimos que o Gestar esta mudando a prática do ensino de português.
Agora sei que a UNB pensou grande a respeito do ensino da nossa língua e literatura. Não basta diagnosticar, fazer pesquisa se o resultado não chega na ponta. Este projeto nos mostra que há um grupo que sabe o que é "ensinar". Mais que conhecimento é preciso ouvir as vozes, ainda que fracas do "grande sertão" que é o Brasil.
Falo dos professores isolados, perdidos, desanimados, sem recursos, das pequenas cidades, dos povoados, da zona rural, com um mimiógrafo capenga, que querem ensinar crianças "felizes", sorridentes, com bocas sujas de fruta madura, que sobem em árvores, mas não acreditam que podem mudar a sua realidade. A "bolsa-família" garante a frequência, a merenda escolar o alimento, ainda que precário, mas biblioteca, livro não atrai.
A melhor aula é sempre a de Educação Física, livro é sofrimento, carteira é prisão, escola é um ponto de encontro importante para fazer amigos e basta. O conhecimeto vem a reboque dos fatos.
A leitura é oscilante, repetida aos tropeços, numa fala gaguejante de quem ainda não consegue apreender sentido. Ultrapassar o MURO, a parede que impede uma visão mais ampla exige energia, coragem e apoio. Diante desta situação, não sei quem mais precisa de ajuda, se o aluno ou o professor, muitas vezes mal formado e refém, de uma situação social e econômica quase tão precária quanto a de seu aluno.
Este projeto Gestar não impõe, ajuda a construir, aponta, enriquece, acompanha, experimenta, incentiva a pesquisa. Quer chegar onde outros não conseguiram, não por pretender "chegar longe", mas por saber "chegar com".
Adalgisa Botelho de Mendonça
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O 2º Encontro de professores-formadores do Gestar em Belo Horizonte foi importante como troca de informações e aprofundamento das relações interpessoais. Pelos relatos, vimos que o Gestar esta mudando a prática do ensino de português.
Agora sei que a UNB pensou grande a respeito do ensino da nossa língua e literatura. Não basta diagnosticar, fazer pesquisa se o resultado não chega na ponta. Este projeto nos mostra que há um grupo que sabe o que é "ensinar". Mais que conhecimento é preciso ouvir as vozes, ainda que fracas do "grande sertão" que é o Brasil.
Falo dos professores isolados, perdidos, desanimados, sem recursos, das pequenas cidades, dos povoados, da zona rural, com um mimiógrafo capenga, que querem ensinar crianças "felizes", sorridentes, com bocas sujas de fruta madura, que sobem em árvores, mas não acreditam que podem mudar a sua realidade. A "bolsa-família" garante a frequência, a merenda escolar o alimento, ainda que precário, mas biblioteca, livro não atrai.
A melhor aula é sempre a de Educação Física, livro é sofrimento, carteira é prisão, escola é um ponto de encontro importante para fazer amigos e basta. O conhecimeto vem a reboque dos fatos.
A leitura é oscilante, repetida aos tropeços, numa fala gaguejante de quem ainda não consegue apreender sentido. Ultrapassar o MURO, a parede que impede uma visão mais ampla exige energia, coragem e apoio. Diante desta situação, não sei quem mais precisa de ajuda, se o aluno ou o professor, muitas vezes mal formado e refém, de uma situação social e econômica quase tão precária quanto a de seu aluno.
Este projeto Gestar não impõe, ajuda a construir, aponta, enriquece, acompanha, experimenta, incentiva a pesquisa. Quer chegar onde outros não conseguiram, não por pretender "chegar longe", mas por saber "chegar com".
Adalgisa Botelho de Mendonça
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